domingo, 26 de agosto de 2007

Apostasia da Indiferença

A igreja cristã está doente. A doença tem se alastrado entre os membros como um câncer maligno impregnado nos ossos e inflamando a pele. O nome da doença: Apostasia da Indiferença. Os sintomas são bem característicos – mornidão espiritual, descaso com as necessidades do próximo, apatia pelas almas incrédulas e um total relaxamento das questões morais.

Sem sombra de vaidade ou pretensão, acredito que este tema ainda vai ser bastante explorado em nosso meio evangélico, pois precisamos confrontar-nos com esta realidade. É preciso ouvir a voz profética. Se tal doença é uma realidade em nossa própria casa, em nossa congregação, mais danosa ela se torna quando alcança a liderança das igrejas evangélicas. Um líder indiferente não reage ante a carência espiritual do povo, mas entra em pânico ao perceber a evasão de renda.

Percebemos a mornidão espiritual (Apocalipse 3: 16) como parte integrante da síndrome que flagela o evangelicalismo brasileiro, mesmo entre as igrejas ditas “pentecostais”. Entristece-me muito quando não vejo comoção diante do anúncio da iminente segunda vinda do Senhor. A maioria de nossas igrejas promove “avivamentos” os quais consistem em movimentos súbitos e passageiros de puro emocionalismo místico, sem base bíblica.

A igreja não deixa de ter um importante papel social e não pode ser confundida como balcão de atendimento assistencialista (Mateus 25: 42-46). No entanto, o que vemos é o seguinte: Nós evangélicos não ajudamos os necessitados domésticos e quando tentamos suprir alguma necessidade básica do ser humano, nossos esforços são direcionados para atrair novos prosélitos. Quando fazemos qualquer coisa para atrairmos pessoas para o Reino de Deus que não seja através da pregação bíblica, estamos fadados ao exercício de um evangelismo pragmático.

A missão alvissareira de transmitir a mensagem do evangelho não se resume na visão tradicional da distribuição de panfletos de casa em casa, nas campanhas ao ar livre, nas grandes cruzadas evangelísticas, outrossim, compreende o singelo convite ao amigo, uma palavra de ânimo, um sábio conselho e um testemunho sincero da legítima conversão. Devemos constantemente exalar o suave perfume de Cristo, sermos diferentes para fazermos a diferença (2 Coríntios 2: 15).

Alguns cristãos têm vida dupla, assumem um comportamento na comunidade cristã diferente do que se vê na privacidade do lar (Mateus 23: 28). Outros nem sequer se preocupam em “manter as aparências” revelam-se invejosos, caluniadores e sedentos por poder e reconhecimento. O relaxamento moral é generalizado. Furar fila, fazer ligação elétrica clandestina, oferecer suborno, sonegar impostos, inadimplir voluntariamente, valer-se de função pública para benefício próprio: tudo isso faz parte do modus vivendi da grande multidão de cristãos nominais que nos avizinham nos assentos de nossas congregações.

Para onde iremos? Quais os rumos da igreja evangélica brasileira? Fazemos parte de um remanescente, ou também fomos atingidos pela apostasia da indiferença? É fácil encontrar a resposta, basta observamos o efeito dessa verdade em nossas vidas. Deixamos pra lá? Isso não acontece na minha igreja! Precisamos nos erguer contra este mal, coibindo-o de forma tal que não se estabeleça, de forma definitiva, em nossas vidas.

Pela Graça e Conhecimento de Nosso Senhor Jesus
Ir. Leonardo Leite

Nenhum comentário: