segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Tenha Cuidado; Pergunte-me Como!

Há 12 anos a multinacional Herbalife tem distribuidores de seus produtos de nutrição e cuidados pessoais aqui no Brasil. A proposta de ser a maior empresa de marketing multinível do mundo, tem levado milhares de pessoas a investirem “tudo” para alcançarem os patamares mais elevados da empresa, com a esperança de enriquecimento de curto e médio prazo com ganhos ilimitados. A promessa é um salto na qualidade de vida, liberdade para fazer seus horários de trabalho, e um produto com qualidade e excelência tecnológica indiscutíveis. Nessa oportunidade não vou atacar o produto em si, o que eu questiono é a maneira como é conduzido o negócio.

Marketing multinível é um sistema franqueado de compra e venda direta e recrutamento de novos distribuidores. A ascenção se dá quando o distribuidor alcança certa quantidade de pontos proporcional ao somatório de toda sua produção pessoal e de sua organização de distribuidores cadastrados. Ocorre que muitas pessoas que aderem a esse negócio são induzidas a “pagarem o preço do sucesso”. Muitos contraem dívidas enormes para conquistarem a liberdade financeira, tão sonhada. Os depoimentos de resultados empolgam, palmas e músicas envolvem a platéia constituída por 90% de distribuidores e o restante de convidados.

Para pagar as despesas desse sistema de treinamento e apresentação do negócio, gasta-se bastante dinheiro, as credenciais para as reuniões têm preços que variam de R$ 80,00 a R$250,00, em média. Em última análise o empreendimento torna-se insustentável. Algumas pessoas que conseguem destaque são possuidoras de um grande poder de persuasão, levando outros a investirem pesado na companhia e recebendo royalties (percentual de comissão pago pela produção dos distribuidores em linha descendente) por isso.

Afora tudo isso, resta o maior perigo que encontramos nesse tipo de negócio: A filosofia da Atitude. Não importa o quanto você está quebrado, “a atitude vem antes do cheque”. Vive-se de aparências, resultados financeiros maquiados, e treinamentos baseados em Programação Neurolingüística reforçam uma verdadeira “lavagem cerebral”. Não é a toa que muitos percebem elementos religiosos nos encontros promovidos pelos líderes dentre os distribuidores. A atmosfera sugere uma imersão total na proposta da Herbalife, alguns depoimentos são emocionantes, não é raro encontrar lágrimas nos rostos das pessoas que passam por dificuldades financeiras e revitalizam nesses encontros os seus “sonhos roubados”.

A sociedade capitalista encontra entre os líderes da Herbalife os maiores proponentes do consumismo e da superficialidade espiritual. A palavra de ordem é “dinheiro nunca é demais”, “você acha que já tem tudo que precisa na vida?”; “veja estes carros importados e estas mansões! Onde você mora? Qual é seu carro? Você tem um bom estilo de vida?” A jogada é incutir necessidades consumistas. Será que isso serve para o cristão? Tenho certeza que não.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” MATEUS 6:24

A adoração a Deus ou a Mamom se torna o ponto central de conflito do universo (o termo Mamom vem do aramaico e foi usado por Jesus para personificar o dinheiro, a riqueza ou posses terrenas). Adorar a Deus nos coloca de um lado do dinheiro, o lado que se opõe a ele; enquanto que a adoração a Satanás nos coloca do outro lado do dinheiro, isto é, o lado que o adora. O oposto de Deus é Mamom. Por que Mamom pode se colocar em oposição a Deus? Porque só ele pode reunir todas as coisas em uma só. O amor ao dinheiro não é apenas a raiz de todos os males (I Tm 6:10); ele é também idolatria, pois para muitas pessoas o dinheiro é um ídolo. Curiosamente a Bíblia trata a avareza e a idolatria como sendo um só pecado (Cl 3:5; Ef 5:5).

Pela Graça e Conhecimento de Nosso Senhor Jesus
Ir. Leonardo Leite

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