Como funciona um extintor de incêndio? Primeiro, vamos entender como funciona o incêndio propriamente dito: Para algo queimar, fazem-se necessárias três condições essenciais: 1) Este algo deve ser um combustível, uma substância inflamável (ex. madeira, gasolina, álcool plásticos derivados do petróleo e etc); 2) Deve haver uma quantidade mínima de gás oxigênio. Cerca de 23% do ar que respiramos é constituído por esse gás. Ele é chamado de comburente da reação de queima, sem o oxigênio não pode haver fogo; 3) Calor. Este é o componente de ignição. O calor é responsável por fornecer a energia necessária para que a reação de combustão seja iniciada e a partir daí os demais fatores se encarregam espontaneamente de manter o fogo que é o resultado da queima do combustível pelo comburente com a liberação de mais calor. O extintor de incêndio é projetado para reduzir ou eliminar uma ou mais destas três condições, ou seja, para extinguirmos um incêndio, precisamos remover o combustível, suprimir o comburente ou refrigerar o local onde está ocorrendo o mesmo. Os extintores de incêndio mais comuns são preenchidos com uma mistura pressurizada de água, espuma e pó químico - ou gás carbônico. Água para refrigerar, espuma para reduzir a condição inflamável do combustível, o pó químico e o CO2 servem para "abafar" o ambiente privando o local de oxigênio sem o qual a combustão não é possível.
De uma forma geral, compreendemos como funciona o incêndio e um extintor de incêndio. Entendemos como a física e a química nos auxiliam ao fornecer as explicações necessárias desse fenômeno natural que pode ser facilmente reproduzido pelo homem. A esta altura você deve estar se perguntando: Onde queres chegar? Poderemos fazer uma analogia, tão mecânica assim, acerca do "Fogo Pentecostal"? Não quero ofender o bom senso, sabemos que o movimento pentecostal não deve ser comparado com um incêndio destruidor! Ainda assim, arrisco-me a encontrar semelhanças interessantes quando tratamos sobre a questão, de forma excêntrica, como pode ser considerado por alguém, mas prossigamos:
Neste "Fogo Pentecostal" haveria um combustível? Quem queima? Quem se aquece com a manifestação deste fenômeno religioso? As pessoas, você concluirá. São elas que são movidas, agitadas, perturbadas e agraciadas com este "fogo". Alguém pode achar imprópria esta comparação, aludindo que o fogo destrói, consome e devasta. Essa idéia é incompleta, o fogo também purifica, forja e aquece. O ourives utiliza o fogo para obter uma porção mais pura de ouro. O metalúrgico forja vergalhões e barras, arames e pregos e, todo o tipo de produto obtido a partir de variados metais. O fogo aquece o lar, cozinha os alimentos e ilumina o ambiente. Então, o fogo pode ser muito bom, dependendo da forma como é utilizado. O fogo é tão importante que existe na mitologia grega a história de Prometeu, um homem que roubou o fogo dos deuses do Olimpo e o entregou a humanidade. Do profano ao sagrado, vemos, na Bíblia, a atenção especial que os sacerdotes dispensavam para a manutenção do fogo que ardia constantemente no altar de holocaustos, no candelabro e no altar de incenso. A preocupação dos sacerdotes era justificada por obediência ao estatuto divino e principalmente por que aquele fogo era proveniente de Deus (Lv 6. 13). O fogo está associado ao juízo divino (Gn 19. 24; Js 7. 15; 2 Rs 1. 12), entretanto a sua característica representativa da presença de Deus e sua aprovação é a mais marcante nas Escrituras (Gn 15. 17; Ex 3. 2; 13. 20; 24. 17; 2 Cr 7. 1; Mt 3. 11; 2 Ts 1. 7).
Se as pessoas são como o combustível deste "Fogo Pentecostal", elas não devem ser pessoas comuns, elas fazem parte de algo maior, fazem parte do corpo místico de Cristo, da Igreja. Então os membros desta Igreja estão fundamentados na Palavra de Deus e tem em Jesus Cristo a sua Pedra Angular. A origem deste termo "pentecostal" vem da ocasião quando os apóstolos com cerca de cento e vinte pessoas estavam reunidos em Jerusalém onde comemorava-se o Pentecostes (festa relacionada a colheitas e era celebrada sete semanas após a Páscoa - principal festa judáica) e sobreveio sobre aquelas pessoas o cumprimento do oráculo divino profetizado por Joel: "Acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne..."(Joel 2. 28) Em seguida foram vistas sobre aqueles irmãos "línguas repartidas como que de fogo" (Atos 2. 3). Essa era a promessa do Consolador que nosso Senhor enviaria da parte de Deus após sua ascenção para o Pai (Atos 1. 4, 5). Este fogo proveniente de Deus é a chama do verdadeiro avivamento, nunca dissociado da Verdade da Palavra de Deus e que aquece as vidas dos salvos em Cristo. Não podemos ignorar esta verdade.
E quanto ao comburente? Se o ar saturado de oxigênio é o que proporciona o processo de combustão, qual será o comburente da chama do pentecostalismo? O principal agente, sem o qual não poderá haver fogo pentecostal e, nenhum fogo da parte de Deus, é O Espírito Santo. Não é a toa que o apóstolo Paulo afirma: "Não extingais o Espírito" (1 Tessalonicenses 5. 19). O verbo usado por Paulo está no original grego que podemos transliterar como "sbennumi" que significa "extinguir" fogo ou coisa em chama, também aplicado no sentido figurado, como na passagem citada que implica em uma exortação para que a Igreja não impeça, ou embarace a ação do Espírito Santo. Então Paulo parece ter sido o primeiro a usar uma analogia semelhante a que estamos usando aqui. Não devemos sonegar ao Espírito Santo o espaço para que ele atue livremente em nossas vidas.
A terceira condição, como foi dito no princípio, é o calor. Feno e ar não entram em combustão espontaneamente, faz-se necessário um fator de ignição, uma breve faísca que seja, alguém precisa ter a iniciativa de "tocar fogo". Essa iniciativa provém de Deus, ele foi quem enviou fogo do céu para o tabernáculo, ele enviou o fogo do pentecostes sobre aqueles que estavam reunidos aguardando a promessa de Jesus. E agora? O fogo já está entre nós? Somos capazes de crer na atualidade dos Dons do Espírito? Ora, a Bíblia é muito clara quando da profecia que encontramos no Livro de Joel "E acontecerá que depois derramarei o meu Espírito..." Depois de quê? Depois da vinda do messias e depois que ele for ascendido ao Céu. A profecia é "atualizada" pelo Apóstolo Pedro quando ele diz "E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne..." (Atos 2. 17). Bem se os dias de Pedro, há dois mil anos, eram os "últimos dias" que razão eu tenho para crer que os dias de hoje não seriam "últimos" também? Precisamos crer, atiçar as brasas e chamuscar nossas vidas neste fogo divino.
E o extintor? Pensaram que eu tivesse esquecido? Não. Deixei para o final, para que repercutisse em nossas mentes a advertência acerca do "Extintor de Incêndio Pentecostal". Ele funciona da mesma maneira como o extintor de incêndio comum, com seus materiais que visam atacar o combustível, o comburente e o calor. O combustível que comparamos com o corpo de membros da Igreja, que conhecem a Palavra de Deus e sabem que o verdadeiro fogo pentecostal vem de Deus. O comburente que é a ação livre do Espírito Santo. O calor o qual consiste na convicção da atualidade dos Dons do Espírito. Surge, então o extintor que é composto de ignorância acerca da natureza deste "fogo espiritual", negligência em buscar a ação do Espírito Santo e incredulidade acerca da atualidade das manifestações do Espírito.
"Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus." (Colossences 3. 1)
Pela Graça e Conhecimento do Senhor Jesus
Ir. Leonardo Leite
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