quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Verdade contra o Relativismo

Em tempos nos quais o relativismo cultural permeia todas as relações humanas, em um mundo pós-moderno, falar em verdade soa ameaçadoramente dogmático e intolerante. O cristianismo, enquanto religião exclusivista e fundamentada na autoridade revelada na Bíblia, opera em acinte aos ideais relativistas que preconizam não haver "uma verdade" ou "A Verdade", mas todas as expressões de religiosidade são válidas e úteis para conduzir o indivíduo à sua paz interior, "todos os caminhos levam a Deus". A sedução deste discurso está configurada pela filosofia humanista que não economiza esforços na dissolução dos conflitos em nome do convívio pacífico e harmonioso entre as pessoas como paradigma para a evolução humana. Temos que admitir, é tentador engajar-se nesta luta pela paz. Mas, que tipo de paz é essa? Uma paz que em nome da diversidade institua-se o pluralismo religioso? Uma paz que negue totalmente a identidade que distingue os diversos sistemas de crenças sobre os quais erigimos nossos valores e, em última instância, nosso próprio caráter? Não! Esta paz fabricada pelo alijamento ideológico e pela planificação das relações humanas acaba por encobrir e anestesiar a expressão individual da fé que aglutina pessoas em torno de suas vivências espirituais.

Interessante notar que a lógica intrínseca do relativismo é disfuncional, contraditória em si mesmo quando afirma: "tudo é relativo!". Ora, se tal frase fosse verdadeira ela mesma deveria ser considerada relativa e, portanto, incompatível com o próprio enunciado tendo em vista que lança mão de uma fraseologia absoluta. Para negar o absolutismo argumenta-se de forma absoluta. Este paradoxo, para quem o defende desta forma, acaba acenando para uma realidade incontestável: de que há um absoluto. A própria linguagem dá testemunho disto. A razão humana não consegue negar, indefinidamente, que haja verdades, leis e fatos sobre os quais a argumentação oposta seja inválida ou mesmo que duas oposições antagônicas sejam impossíveis de serem compatibilizadas por serem opostas e, por isso, excludentes.

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