Em época de festas natalinas, o cenário é bem conhecido: percebe-se, com o aquecimento do consumo, o arrefecimento das relações humanas que sucumbem à agenda extraordinária da programação de fim de ano. Surge, neste período, uma ansiedade social que voltada para si mesma impulsiona uma busca urgente por uma remissão instantânea, como se presentes e reuniões festivas servissem de indulgência para todas as injustiças, mágoas e desprezos praticados ao longo do ano. Acompanhando este sentimento, esta demanda, nem sempre autêntica, por restauração destas relações, já há muito fragmentadas, vem as famigeradas resoluções de Dezembro que propõem mudanças para o ano vindouro, inauguram-se projetos e estipulam-se metas a serem, quase sempre, desviadas e negligenciadas para que ao fim do próximo ano reinicie-se um novo ciclo de consumo e remorso.
Jesus nos chama a uma experiência profunda de arrependimento e remissão duradouros. Ele nos convida a um tipo de inconformidade com o mundo e com suas ilusões que nos obriga à reflexão e, não só isso, mas, também, a uma posição diante de toda esta agenda. A remissão é contínua, cotidiana e não sazonal e extraordinária como se vê nesta época do ano. Os evangelhos estão repletos de exemplos simples de encontros ocasionais e sem qualquer importância aparente mas que Jesus torna-os extraordinários. Momentos banais e personagens simplórios ensejam uma história viva de verdadeira mudança com uma perspectiva que não se resume às circunstâncias, às estações ou períodos específicos do ano, mas que se renova dia após dia, com as experiências e aprendizados a partir da relação com o Redentor.
Minha oração é que todos os leitores do blog tenham um verdadeiro encontro com Cristo e que passem incólumes às demandas das festas natalinas e que possamos extravasar para o mundo o amor genuinamente cristão. Esta é uma época repleta de simbolismos e a maioria das pessoas estão suscetíveis à mensagem de paz do Evangelho, uma mensagem que, de fato, preencha o vazio que apenas Deus pode preencher.
4 comentários:
Seu texto é a realidade que se vivencia nos lugares apelidados de 'igrejas' ou igreja instituição...
Quando demonstro minha indignação quanto a celebração natalina, muitos acham que fala à todos, porém, minha enfase está nos frequentadores de 'igrejas', afinal, estes dizem conhecer a CRISTO, mas, em verdade, conhecem crendices, dogmas, fantasias religiosas, fábulas, sem jamais conhecerem o verdadeiro sentido do evangelho.
CRISTO não nasceu, ELE se fez carne [João 1.14], por que ELE é o mesmo hoje, ontem e eternamente.
James,
Eu entendo o teu posicionamento. Se você tiver tempo de ler outros artigos deste blog você vai notar que sou um ferrenho crítico do institucionalismo religioso, no entanto, não acredito ser viável negar a instituição por completo, precisamos colocá-la em seu devido lugar.
Grande abraço e obrigado pela participação.
Olá Leonardo,
Saudações.
Tenho entendimento que, conforme vc disse, a igreja instituição (instituições religiosas) precisa ser colocada no devido lugar...
Meu combate ferrenho, firma-se tão somente não na igreja instituição (instituições religiosas) em si, e para isto, sou inflexível, não suporto, e faço um confronto direto aos ensinos que brotam do íntimo, de outrora e tão presente, das lideranças eclesiásticas...
A reunião de pessoas na igreja instituição (instituições religiosas) é salutar, porém, na contra mão, estão os que ali apenas frequentam buscando a barganha religiosa, como se pudessem, para solução de problemas terrenos (materiais)...
E para isto, combato a igreja instituição (instituições religiosas), afinal, nela, seus lideres fomentam e forjam os menos favorecidos, incautos e inconstantes que não buscam o aperfeiçoamento dos santos, para edificação do corpo de CRISTO, para que cheguem à unidade da fé, e ao conhecimento do FILHO de DEUS, a homem perfeito, à medida da estatura completa de CRISTO [Efésios 4].
Enfim, a igreja instituição (instituições religiosas) aposta nos meninos inconstantes, levado-os em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens religiosos que com astúcia enganam fraudulosamente para se enriquecerem (abrindo as portas do inferno).
Abraços fraternos,
james.
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Graça e paz contigo, James!
Acredito que seu último comentário enseja a síntese desta interessantíssima discussão. De fato, quando a instituição torna-se maior que o propósito para o qual ela foi criada então ela deve ser demolida. Quando os fariseus tornam-se mais importantes que a Lei, até mesmo que o próprio Deus e seus estatutos, então o templo tem que vir por terra para que uma experiência religiosa genuína possa ser inaugurada entre os que adoram a Deus em espírito e em verdade.
Grande abraço,
Leonardo
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