domingo, 6 de dezembro de 2015

Então é Natal...

Em época de festas natalinas, o cenário é bem conhecido: percebe-se, com o aquecimento do consumo, o arrefecimento das relações humanas que sucumbem à agenda extraordinária da programação de fim de ano. Surge, neste período, uma ansiedade social que voltada para si mesma impulsiona uma busca urgente por uma remissão instantânea, como se presentes e reuniões festivas servissem de indulgência para todas as injustiças, mágoas e desprezos praticados ao longo do ano. Acompanhando este sentimento, esta demanda, nem sempre autêntica, por restauração destas relações, já há muito fragmentadas, vem as famigeradas resoluções de Dezembro que propõem mudanças para o ano vindouro, inauguram-se projetos e estipulam-se metas a serem, quase sempre, desviadas e negligenciadas para que ao fim do próximo ano reinicie-se um novo ciclo de consumo e remorso.

Jesus nos chama a uma experiência profunda de arrependimento e remissão duradouros. Ele nos convida a um tipo de inconformidade com o mundo e com suas ilusões que nos obriga à reflexão e, não só isso, mas, também, a uma posição diante de toda esta agenda. A remissão é contínua, cotidiana e não sazonal e extraordinária como se vê nesta época do ano. Os evangelhos estão repletos de exemplos simples de encontros ocasionais e sem qualquer importância aparente mas que Jesus torna-os extraordinários. Momentos banais e personagens simplórios ensejam uma história viva de verdadeira mudança com uma perspectiva que não se resume às circunstâncias, às estações ou períodos específicos do ano, mas que se renova dia após dia, com as experiências e aprendizados a partir da relação com o Redentor.

Minha oração é que todos os leitores do blog tenham um verdadeiro encontro com Cristo e que passem incólumes às demandas das festas natalinas e que possamos extravasar para o mundo o amor genuinamente cristão. Esta é uma época repleta de simbolismos e a maioria das pessoas estão suscetíveis à mensagem de paz do Evangelho, uma mensagem que, de fato, preencha o vazio que apenas Deus pode preencher.