domingo, 26 de agosto de 2007

O homem, suas necessidades e o pecado.

O homem nasce escravo, e morre escravo, escravo e cativo de duas prisões: A necessidade e o pecado. Não há um só dia que ele não desperte para cometer pecado ou para satisfazer suas mais diversas necessidades. Quando afirmamos isto, não defendemos que o homem nasça em pecado, ele não nasce corrupto, mas corruptível e inclinado à corrupção. Isso ocorre por sua natureza decaída, por seu estado alienado.

A natureza decaída é provocada pelo pecado original, ou seja, aquele cometido no Éden.
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Romanos 5:12
O estado alienado é a conseqüência do pecado. O pecado afasta o homem de Deus.
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos 3:23
Para analisarmos a questão em seus pormenores, precisamos entender, primeiramente, como a Bíblia define o homem e suas necessidades.
“o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo”. 1 Tessalonicenses 5:23

De acordo com o texto bíblico, podemos dividir o homem em três partes distintas, com suas correspondentes necessidades:

1. Corpo – Necessidades físicas: Condições de sobrevivência e manutenção da saúde e conforto;
2. Alma – Necessidades psicológicas: Condições emocionais e sociais;
3. Espírito – Necessidades espirituais: Condições de comunhão, salvação, fé e etc.

O homem esta cativo nessa prisão, que não pode tocar, nem sentir, pode apenas conhece-la através da reflexão filosófica e psicológica, no entanto, só pode ser liberto dela através do conhecimento da verdade.
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6
Jesus é o caminho que conduz a salvação, ao fim do estado alienado, à comunhão perdida no Éden; ele é a verdade que liberta, a luz para as trevas de nossos corações e mentes: É a vida abundante, vida renovada na terra e eterna no céu. Ele nos propõe um novo nascimento, uma nova natureza, não mais inclinada a corrupção como antes, mas inclinada a satisfazer as necessidades espirituais, mesmo em detrimento das outras.
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17 Aceitar o sacrifício vicário do Senhor Jesus, buscando comunhão com Deus e fazendo parte do Corpo de Cristo que é a Igreja na terra, diante da qual podemos confessar o nosso pecado e arrependimento para alcançar o perdão e a misericórdia divina.


Leonardo Leite

O Fruto da Igreja

A Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo é constituída por membros de todo o mundo, de todas as línguas, culturas e diversas denominações eclesiásticas. Muitas vezes, confundimos “Igreja” com a instituição humana, ou com o espaço reservado para a congregação dos santos. Fazemos parte de uma grande Igreja invisível, quando através da remissão de nossos pecados confessados diante de Cristo e dos homens somos unidos em comunhão por amor.

"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." Gálatas 5:22

O Espírito Santo é o consolador da Igreja, é o agente da transformação, por intermédio dele experimentamos a santificação, quando refletir a glória de Deus, buscando comunhão com ele. “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”
2 Coríntios 3:18

"E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição." Colossenses 3:14

O Amor é o vínculo da perfeição, ou seja não existe o segundo sem o primeiro. A igreja deve buscar o amor. Você e eu, devemos ter o amor como causa de todas as nossas ações, decisões e intenções. O amor é a verdadeira semente que devemos plantar, não existe igreja sem amor, não existe Evangelho sem amor.

"Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós."
1 Tessalonicenses 1:5

"Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. " Marcos 8:35
Com esta segurança, podemos ter a certeza de que se fazemos parte do Corpo de Cristo devenos dar fruto, um único fruto: o fruto do Espírito.
"(Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade)" Efésios 5:9 ;
Bondade – por que a Igreja tem uma missão social, aconselhadora, consoladora e conciliadora;
Justiça – por que a Igreja tem uma missão ética;
Verdade – por que a Igreja tem uma missão Evangelizadora , profética e conservadora.

A Igreja tem resistido através dos séculos às duras investidas do adversário, o mundo corrupto e corruptor tem assolado as famílias cristãs. Os crentes têm procurado adequarem-se às tendências, jovens têm se perdido, cada vez mais precocemente, em meio às drogas e a prostituição, vemos uma total inversão de valores em nossa sociedade. Nos grandes centros urbanos, as famílias brasileiras têm sido reféns do medo. Precisamos nos inconformar, e nos preparar para os grandes desafios que a Igreja ainda enfrentará, devemos, com urgência, proclamarmos a Palavra de Deus, nos rendermos em verdadeira adoração a Deus e preservarmos a comunhão e a sã doutrina.

Leonardo Leite

Apostasia da Indiferença

A igreja cristã está doente. A doença tem se alastrado entre os membros como um câncer maligno impregnado nos ossos e inflamando a pele. O nome da doença: Apostasia da Indiferença. Os sintomas são bem característicos – mornidão espiritual, descaso com as necessidades do próximo, apatia pelas almas incrédulas e um total relaxamento das questões morais.

Sem sombra de vaidade ou pretensão, acredito que este tema ainda vai ser bastante explorado em nosso meio evangélico, pois precisamos confrontar-nos com esta realidade. É preciso ouvir a voz profética. Se tal doença é uma realidade em nossa própria casa, em nossa congregação, mais danosa ela se torna quando alcança a liderança das igrejas evangélicas. Um líder indiferente não reage ante a carência espiritual do povo, mas entra em pânico ao perceber a evasão de renda.

Percebemos a mornidão espiritual (Apocalipse 3: 16) como parte integrante da síndrome que flagela o evangelicalismo brasileiro, mesmo entre as igrejas ditas “pentecostais”. Entristece-me muito quando não vejo comoção diante do anúncio da iminente segunda vinda do Senhor. A maioria de nossas igrejas promove “avivamentos” os quais consistem em movimentos súbitos e passageiros de puro emocionalismo místico, sem base bíblica.

A igreja não deixa de ter um importante papel social e não pode ser confundida como balcão de atendimento assistencialista (Mateus 25: 42-46). No entanto, o que vemos é o seguinte: Nós evangélicos não ajudamos os necessitados domésticos e quando tentamos suprir alguma necessidade básica do ser humano, nossos esforços são direcionados para atrair novos prosélitos. Quando fazemos qualquer coisa para atrairmos pessoas para o Reino de Deus que não seja através da pregação bíblica, estamos fadados ao exercício de um evangelismo pragmático.

A missão alvissareira de transmitir a mensagem do evangelho não se resume na visão tradicional da distribuição de panfletos de casa em casa, nas campanhas ao ar livre, nas grandes cruzadas evangelísticas, outrossim, compreende o singelo convite ao amigo, uma palavra de ânimo, um sábio conselho e um testemunho sincero da legítima conversão. Devemos constantemente exalar o suave perfume de Cristo, sermos diferentes para fazermos a diferença (2 Coríntios 2: 15).

Alguns cristãos têm vida dupla, assumem um comportamento na comunidade cristã diferente do que se vê na privacidade do lar (Mateus 23: 28). Outros nem sequer se preocupam em “manter as aparências” revelam-se invejosos, caluniadores e sedentos por poder e reconhecimento. O relaxamento moral é generalizado. Furar fila, fazer ligação elétrica clandestina, oferecer suborno, sonegar impostos, inadimplir voluntariamente, valer-se de função pública para benefício próprio: tudo isso faz parte do modus vivendi da grande multidão de cristãos nominais que nos avizinham nos assentos de nossas congregações.

Para onde iremos? Quais os rumos da igreja evangélica brasileira? Fazemos parte de um remanescente, ou também fomos atingidos pela apostasia da indiferença? É fácil encontrar a resposta, basta observamos o efeito dessa verdade em nossas vidas. Deixamos pra lá? Isso não acontece na minha igreja! Precisamos nos erguer contra este mal, coibindo-o de forma tal que não se estabeleça, de forma definitiva, em nossas vidas.

Pela Graça e Conhecimento de Nosso Senhor Jesus
Ir. Leonardo Leite

O Evangelho da Satisfação Pessoal e a Superficialidade Religiosa

Tem sido um grande desafio para a liderança da igreja evangélica atual, lidar com os conflitos interpessoais que minam o convívio cristão pacífico. A luta pelo poder atropela a verdadeira vocação ministerial, alguns membros da igreja querem estar em evidência, mas não querem arcar com o compromisso do verdadeiro chamado divino. Os voluntários para a Obra de Deus engrossam as fileiras em busca de reconhecimento temporal e divino, alguns saem de suas casas para evangelismos e outras atividades, com a vã esperança de prestarem indulgências a Deus e ao seu Pastor. O cenário revala-se perturbador: se por um lado temos aqueles que aderiram ao movimento velado do evangelho da satisfação pessoal, por outro, temos uma multidão de pessoas indiferentes a causa do Reino de Deus, embotados pela superficialidade religiosa.
O desejo pelo ministério é legítimo.
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o ministério, excelente obra deseja.” 1 Timóteo 3:1.
Devemos, no entanto, sermos vigilantes quanto às motivações que nos leva a desejar tamanha responsabilidade, e termos a plena consciência de que todos fomos chamados para um ministério (Mt 28:19; Mc 16:15; 1 Ts 5:11). A fidelidade de Deus está em Ele cumprir a Sua promessa, a qual só poderemos honrá-la, dedicando nossas vidas ao Senhor e a sua obra.
Não podemos reduzir a importância da Obra de Deus para a adequarmos às nossas necessidades pessoais, para tomarmos a cabo tamanha missão, precisamos examinar nossas motivações à luz da Palavra de Deus e sob o princípio do amor, verdadeiramente altruísta, que rejeite qualquer necessidade de satisfação pessoal. Mas seria errado nos sentirmos satisfeitos por nossa participação na Obra de Deus? Seria egocentrismo, ou egoísmo esperarmos reconhecimento de nossa liderança? Creio que não, entretanto quando depositamos, totalmente, nossa alegria em servir a Deus, na sensação de prazer provocada por elogios e destaque social, caminhamos para o abismo do evangelho da satisfação pessoal.
A Superficialidade Religiosa, tal qual o Evangelho da Satisfação Pessoal têm em sua essência o vácuo deixado por Cristo, não que Jesus tenha deixado este vácuo por sua iniciativa, mas pela falta de devoção dos praticantes de um cristianismo frio e egocêntrico os quais deixaram de reconhecer a soberania do Senhor em suas vidas.
“Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.” Filipenses 2:1-3
Esta comunhão no Espírito é que a Igreja precisa buscar nestes tempos trabalhosos. Não permitamos que nossas experiências com Deus limitem-se a “assistirmos” aos cultos e, esporadicamente, “participarmos” deste ou daquele evento de impacto social, o Senhor espera mais de nós, e aguarda que venhamos a sua presença de forma mais profunda.
Quando nosso relacionamento com Deus se aprofunda, à medida que nos permitimos um contato mais íntimo e pessoal com ele, através da oração e da meditação da Palavra, sentimos a necessidade, em Cristo, de participarmos mais ativamente da obra na Casa de Deus, de contribuirmos mais para as missões, de freqüentarmos, com mais assiduidade, as escolas bíblicas e seminários teológicos, em suma: passamos a rejeitar a idéia de posicionar nossas necessidades pessoais ao centro de nossas vidas e passamos a desenvolver uma cosmovisão cristocêntrica confiando no poder do Salvador que nos conduzirá a uma profunda comunhão com Deus.

Pela Graça e Conhecimento de Nosso Senhor Jesus
Ir. Leonardo Leite