A Natureza dos Milagres
I. O que é um milagre?
- Milagre é uma obra sobrenatural de origem divina. Não pode ser reproduzido por tecnologia humana. Pode ser explicado, ou mesmo teorizado, mas nunca realizado pelo homem, se o for, nunca foi milagre.
II. Qual é o propósito de um milagre?
- Todo milagre aponta para a glória do seu realizador (Jo 9. 2,3). Ele representa a incompreensível misericórdia e bondade divina. Serve, também, para revelar a soberana vontade de Deus (Ex 10. 2), confirmar a autoridade investida ao seu profeta, confirmando a veracidade do seu oráculo (Ex 4. 30, 31).
III. Há milagre sem propósito?
- Não. Todo sinal tem um propósito. Até mesmo os sinais do Anticristo têm um propósito – o de enganar. Existem muitos sinais realizados por falsos profetas, todos os sinais precisam ser provados pelo Crivo da Palavra de Deus e testados pelos princípios motivadores do “profeta”, ou seja, devem ser investigados o caráter do “profeta” e o propósito da “profecia” com seus sinais (Mt 24. 24).
Os Sinais de Cristo
I. Em sua vida
- Os quatro Evangelhos narram especificamente a ocorrência de 37 milagres realizados por Jesus em seu ministério. O Evangelho de João narra apenas 8 milagres, isso representa metade do Evangelho que apresenta a menor quantidade de sinais (Mateus – 21, Marcos – 19 e Lucas – 22), no entanto ele mesmo afirma ao final do evangelho que se fossem narradas todas as obras realizadas por Jesus, nem todos os livros do mundo as poderiam conter (Jo 21. 25, v 20. 30). Interessante que os sinais apresentados no Evangelho de João abrangem os significados profundos acerca de Jesus:
a) Transforma água em vinho (Jo 2. 1- 12) => Jesus é a fonte da vida;
b) Cura o filho de um oficial (Jo 4. 46 – 54) => Jesus é Senhor da distância;
c) Cura um paralítico no poço de Betesda (Jo 5. 1 – 17) => Jesus é o Senhor do tempo;
d) Alimenta 5 mil pessoas (Jo 6. 1- 14) => Jesus é o Pão da Vida;
e) Anda sobre as águas e acalma a tempestade (Jo 6. 15 – 21) => Jesus é Senhor da Criação (Natureza);
f) Cura um cego de nascença (Jo 9. 1 – 41) => Jesus é a luz do mundo;
g) Ressuscita Lázaro dos mortos ( Jo 11. 17 – 45) => Jesus tem poder sobre a morte.
II. Na sua morte
- Apenas o Evangelho de Mateus narra estes acontecimentos instigantes que seguem com a morte de Jesus (Mt 27. 50 – 53). Propósito – ler verso 54. Três grandes sinais seguem com a morte de Cristo:
a) O Véu do templo se partiu (Ex 26. 33) => Jesus pôs fim ao que separava o homem de Deus. Reconciliação. Livre acesso ao Pai (mediador 1 Tm 2. 5; Hb 8. 6; 9: 15), fim do sacerdócio da antiga aliança (Hb 6. 19; 10. 20);
b) A Terra foi abalada => Diante da presença de Deus, a terra tremerá, reconhecendo o poder do Filho de Deus (1Cr 16. 30; Sl 68. 7, 8; 77. 16).
c) Ressurreição de santos => Jesus traz vida com sua morte. Prefigura a ressurreição dos mortos em Cristo, no advento da sua segunda vinda (1Ts 4. 16).
III. A Ressurreição – O maior sinal (Sinal de Jonas)
- Tal como Jonas passou três dias e três noites no ventre do peixe, assim foi com Jesus no ventre da terra (Mt 12. 39 – 41). Hipócritas descrentes nem mesmo com sinais creriam.
Os Sinais da Igreja
I. A Atual inversão da ordem
- “Estes sinais seguiram os que crêem..” (Mc 16. 17, 18). Os sinais seguiram os crentes, mas o que temos visto, atualmente é uma inversão total desta ordem, vemos crentes seguindo sinais.
II. Os Dons Espirituais
- Este é o sinal mais evidente da Igreja de Cristo. As manifestações do Espírito Santo. Decerto que apesar do Apóstolo Paulo ter enumerado 9 dons, existem vários outros dons, sendo ministeriais, de socorro e outros não relacionados. Não podemos esquecer que os dons são distribuídos por Deus (Hb 2. 4). Há quem “tome posse” de algo que não o pertence, mas que o foi confiado.
III. Atualidade dos milagres
- “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1. 17). Deus ainda opera milagres no meio da Igreja, mas não opera para a satisfação pessoal de ninguém, tampouco por vaidade ou soberba.
Os Sinais dos Tempos
I. Israel o relógio escatológico de Deus (Lc 21. 27 – 30// 1Ts 5. 1, 2 – O ladrão de noite);
II. Guerras e rumores de guerras, terremotos e sinais no céu e na terra (Mt 24. 7; At 2. 19, 20);
III. A repentina Segunda Vinda do Senhor. (Iminência - temor e Expectativa – alegria).
Conclusão
O Sinal aponta para uma verdade fundamental. Ele não é por si mesmo a verdade fundamental. Assim como as obras não são capazes de salvar, elas apontam para os salvos, as boas obras são o ornamento da graça de Deus.
A cristandade dos últimos dias tem vivido na busca incansável por milagres, na maioria das vezes, em detrimento da realização de obras de justiça. Desconfio de uma igreja que busca sinais e prodígios e não busca o amor ao próximo como real obediência ao prescrito por Jesus Cristo. Nem todos os que dizem Senhor! Senhor!...(Mt 7. 21 – 23).
A Igreja deve ser o maior sinal do amor de Deus. A noiva de Cristo deve esperar preparada para o advento da segunda vinda, mas nunca negligenciando sua missão primordial que é a propagação do Evangelho, e para tal precisamos ser diferentes para fazermos a diferença.
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